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FRELIMO: Entre Crises Internas e Resistência Política

 

FRELIMO: Entre Crises Internas e Resistência Política

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março 12, 2025


A tensão política e social que se arrasta há quatro meses em Moçambique, impulsionada pela contestação dos resultados eleitorais, pelo aumento do custo de vida e pela insatisfação popular em relação ao governo, evidencia uma crise profunda que também afeta a FRELIMO. 


O partido, que começou como um movimento libertador há mais de 60 anos, enfrenta agora um dos momentos mais desafiadores de sua história.


Ao longo das décadas, a FRELIMO sobreviveu a inúmeras crises, desde conflitos internos até guerras patrocinadas por forças externas. No entanto, um traço comum sempre marcou sua trajetória: a resiliência. 


Mesmo diante de adversidades como a guerra dos 16 anos contra a RENAMO, o assassinato de Samora Machel e sucessivos desafios eleitorais, o partido nunca caiu.


Nesta segunda parte da análise sobre as crises que moldaram a FRELIMO, o jornal Dossiers & Factos revisita episódios históricos que testaram a coesão do partido e explora como ele se manteve no poder mesmo diante de profundas turbulências políticas.


A FRELIMO e a Guerra dos 16 Anos

Após conquistar a independência em 1975, a FRELIMO consolidou-se como o partido no poder, mas logo enfrentou a oposição armada da RENAMO, um movimento financiado por regimes externos, incluindo o Apartheid sul-africano. 


O conflito, que durou de 1977 a 1992, foi o mais sangrento da história de Moçambique, resultando na morte de mais de um milhão de pessoas e no deslocamento de milhões de refugiados.


Apesar das dificuldades, o partido conseguiu manter-se firme, resistindo não apenas à insurgência da RENAMO, mas também a ataques diretos da África do Sul, como o bombardeio de Matola em 1981.


O Impacto da Morte de Samora Machel

A morte de Samora Machel, em 1986, num misterioso acidente aéreo atribuído ao regime do Apartheid, representou outro grande abalo para a FRELIMO. 


Embora teorias apontem para um possível envolvimento interno no partido, a liderança transitou para Joaquim Chissano, que conduziu Moçambique ao fim da guerra civil e à abertura democrática em 1992.


Eleições e Conflitos: Uma História Repetida

Desde a introdução do multipartidarismo, as eleições moçambicanas sempre foram marcadas por acusações de fraude, especialmente por parte da RENAMO. 


Em 2012, Afonso Dhlakama reativou sua guerrilha após contestar os resultados eleitorais, desencadeando novos conflitos armados. Esse ciclo de violência persistiu até os Acordos de Maputo de 2019, que aprofundaram a descentralização política.


Mesmo com todas as crises, a FRELIMO continua a dominar o cenário político moçambicano. Resta saber se o atual período de contestação social representará apenas mais um capítulo turbulento ou uma ameaça real ao domínio do partido.


Fonte: Dossiers & Factos

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